McDonnell Douglas F-4 Phantom II

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O McDonnell Douglas F-4 Phantom II foi um dos caças mais bem sucedidos do pós-guerra e o segundo caça a jato americano mais produzido da história logo a seguir ao North American F-86 Sabre, com uma produção total de 5057 unidades nos EUA e mais 138 no Japão sob licença, numa produção que se manteve continuamente por um período de 20 anos, de 1959 a 1979. Apesar de inicialmente concebido como um intercetor foi usado principalmente como aeronave de ataque embora tenha sido surpreendentemente bem sucedido no combate aéreo. Ao serviço da USAF, US Navy e US Marine corps os Phantom II alcançaram 277 vitórias em combates ar-ar no Vietname, e ao serviço das forças de defesa de Israel IDF/AF alegou mais 116 vitórias em vários conflitos entre Israel e seus vizinhos árabes.
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Ano
1958
Pais de Origem
EUA
Função
Caça bombardeiro
Variante
F-4F
Tripulação
2
Motor
2 × turbojatos General Electric J79-GE-17A
Peso (Kg)
Vazio
13757
Máximo
28030

Dimensões (m)
Comprimento
19,20
Envergadura
11,70
Altura
5

Performance (Km)
Velocidade Máxima
2370 (Mach 2.23)
Teto Máximo
18300
Raio de ação
680
Armamento
1 × Canhão interno M61A1 Vulcan, de 20 mm com 640 tiros;
Até 8,480 kg de carga bélica em 9 suportes externos:
Para combate aéreo:
4 × AIM-7 Sparrow em ranhuras na fuselagem,
4 × AIM-9 Sidewinder nos suportes sub alares, substituídos por
4 × AIM-9 Sidewinder ou Python-3 (F-4K)
4 × AIM-7 Sparrow ou AAM-3 (F-4EJ Kai)
4 × AIM-120 AMRAAM  (F-4F alemães, F-4E gregos)
Para ataque:
6 × AGM-65 Maverick
4 × AGM-62 Walleye
4 × AGM-45 Shrike , AGM-88 HARM , AGM-78 Standard
4 × GBU-15
18 × Mk.82 , GBU-12
5 × Mk.84 , GBU-10 , GBU-14
18 × CBU-87 , CBU-89 , CBU-58
Para ataque nuclear:
B28EX , B61 , B43 e B57
Países operadores
EUA, Alemanha, Austrália, Coreia do Sul, Egipto, Espanha, Grécia, Irão, Israel, Japão, Reino Unido e Turquia
Fontes
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GALERIA
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YF4H-1 em 1958
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F-4A
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F-4E
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F-4D
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F-4E, armado com um AGM-88, 1982
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F-4G, A-10A, e RF-4C, em 1987
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HISTÓRIA
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O design do qual eventualmente viria a emergir como o F-4 Phantom II começou a ser desenvolvidos em agosto de 1953 pela equipa de design da McDonnell liderada por Herman Barkley, inicialmente, com o objetivo de melhorar o desempenho e versatilidade do F3H Demon. 

F3H-2N Demon
Durante o período inicial surgiram vários conceitos de design completamente diferentes, sendo no entanto informalmente designado pela empresa como F3H-X, uma vez que eram vistos como um desenvolvimento natural do F3H Demon

O primeiro desses projetos preliminares foi o F3H-C apelidado de Super Demon, que deveria ser alimentado por um único motor turbojato Wright J67 (versão do britânico Bristol Olympus, construído sob licença) com o qual deveria ser capaz de atingir a velocidade máxima de Mach 1,69 em altitude. 

Seguiram-se posteriores abordagens com outras motorizações entre elas o F3H-G (Modelo 98B) que seria movido por um par de motores General Electric J79. 

Então em setembro de 1953 a McDonnell submeteu o seu Modelo 98B a aprovação da BuAer (Navy's Bureau of Aeronautics) como uma proposta não solicitada. 

Posteriormente em maio de 1955, e após diversas revisões da proposta a BuAer, acabaria por contratar a construção de dois protótipos, de caças de dois lugares, com armamento inteiramente baseado em misseis, capaz de operar em quaisquer condições atmosféricas. As aeronaves seriam designadas por YF4H-1. 

YF4H-1, Project Top Flight, 1959
O primeiro YF4H-1 tinha previsto dois motores General Electric J79-GE-8, mas atrasos no seu desenvolvimento resultaram na adoção de dois General Electric J79-GE-3A com pós combustão já em uso pela USAF, montados na parte inferior da fuselagem, para maximizar o aproveitamento do seu interior para combustível, com a admissão de ar a ser efetuada por entradas de geometria fixa laterais à fuselagem. Durante os testes, foram adicionadas, às entradas de ar, rampas laterais móveis, que podiam ser modificada em voo, para assim fornecer o fluxo de ar ideal para os motores, consoante a velocidade e ângulo de ataque. 

Para corrigir os problemas de estabilidade a alta velocidade verificados nos testes de túnel de vento, os estabilizadores horizontais, varridos, da cauda tinham uma configuração em diedro negativo num ângulo de 23 graus, e as asas, varridas sobre o bordo de ataque num ângulo de 45 graus, previstas originalmente como uma única unidade, passaram a ser compostas por dois painéis, com o exterior em diedro positivo, num ângulo de 12 graus relativamente ao painel interno. 

Não estava prevista a instalação de qualquer canhão, o armamento principal seria composto por quatro mísseis guiados por radar AAM-N-6 Sparrow III montado em quatro ranhuras semi-submersas sob a fuselagem. 

Os dois tripulantes sentavam-se em tandem, com o piloto à frente e o operador de armas e radar atrás em cockpits cobertos por uma canópia de bolha alinhada com o topo da fuselagem. 

Estava previsto que a aeronave, fosse  equipada com um radar de interceção Westinghouse AN/APG-50, embora o primeiro YF4H-1, não tenha tido qualquer radar instalado, nem qualquer armamento, tal como não dispunha do posto para o segundo tripulante, por ser uma aeronave de prova do conceito, 

O primeiro YF4H-1 voo pela primeira vez em 27 de maio de 1958 a partir da Lambert Field Air National Guard Base, e posteriormente foi enviado para Edwards AFB, para testes de avaliação e competição com o Vought XF8U-3 Crusader III, sendo declarado o vencedor em dezembro desse ano. 

Consequentemente foram contratadas pela BuAer, a construção de mais 24 aeronaves de pré produção que somavam a 23 unidades anteriormente contratadas (incluindo os dois primeiros protótipos). 

YF4H-1, Project Top Flight, 1959
Enquanto isso o segundo YF4H-1 fez o seu voo inaugural em outubro de 1958. A contrário do seu antecessor, tinha já o cockpit traseiro totalmente equipado, dispunha de assentos ejetáveis Martin-Baker Mk H5, e radar de interceção Westinghouse AN/APG-50. 

Em julho de 1959 o YF4H-1 foi oficialmente denominado de F4H-1 Phantom II. Mais tarde, em 1962 a notação foi racionalizada, com as aeronaves de motores J79-GE-3A a receber a designação de F-4A Phantom II  e as aeronaves já construídas com motores J79-GE-8 de F-4B Phantom II . 

O F-4A foi, pois, a versão pré-serie, da qual apenas foram produzidas de 45 aeronaves, após o que a produção passou para a versão F-4B. No entanto, os F-4A foram a base para o desenvolvimento e refinamento das versões seguintes do Phantom II, que estava destinado a uma longa e ativa vida operacional. 

O F-4B (block 6) seria a primeira modificação e o primeiro F-4 Phantom II considerado verdadeiramente operacional, tornando-se a primeira série de produção, com um total de 649 aeronaves construídas para a US Navy e US Marine Corps. Esta versão acumulava melhorias combinadas, feitas e testadas em diferentes aeronaves F-4A, acrescidas ao uso dos motores J79-GE-8A ou 8B inicialmente previstos para o YF4H-1. Também o radar de interceção foi substituído por uma versão mais avançada, o AN/APQ-72, acomodado num nariz rebatido, para melhorar a visibilidade a partir do cockpit.
F-4B Phantom II, sobre o Vietname

O F-4B, não dispunha de nenhum canhão, o armamento base para combate ar-ar consistia em quatro misseis  AAM-N-6 Sparrow III de médio alcance, semi encastrados em quatro ranhuras por baixo da fuselagem, aos quais podiam ser adicionados mais dois, ou quatro AIM-9 Sidewinder de curto alcance, para combate de proximidade, transportados em dois, dos quatro, suportes nas asas.

Para missões de ataque podia transportar uma carga bélica máxima de 7250Kg de armamento, nos quatro suportes sob as asas, com combinações de bombas de queda livre, até quatro misseis ar-terra AGM-12C Bullpup B, ou até quinze packs de foguetes Mk 4 Folding-Fin Aerial Rocket (FFAR).

No centro da fuselagem num suporte Aero-27A podia ser transportado um tanque de combustível de 2270 litros. 

O F-4B dispunha ainda, entre os aviónicos, de um piloto automático e sistema de controlo de voo analógico General Electric AN/ASA-32, de um radar de alerta APR-30, e, posteriormente, de um sistema de contramedidas AN/ALQ-51, mais tarde substituídos por um AN/ALQ-100. 


Pouco depois da adoção do F-4B como caça naval pela US Navy, John F. Kennedy foi eleito presidente dos Estados Unidos. O seu secretário de defesa Robert McNamara, estabeleceu como um objetivo da sua politica, a padronização e uniformização dos meios ao dispor das forças armadas dos EUA e baseado nesta ideia,  propôs a criação de um único avião de combate polivalente para uso na USAF, US Navy e US Marine Corps, criando para o efeito o programa TFX, que originaria o General Dynamics F-111. 

Porém na fase inicial do processo, o F-4 Phantom II era a melhor aeronave disponível nos EUA pelo que McNamara sugeriu que a sua avaliação pela USAF. 

Com base nessa avaliação a USAF lançou uma especificação com os requisitos para os seus Phantom cujo mais importante era a necessidade de assegurar a possibilidade de utilizar uma ampla gama de bombas e misseis táticos convencionais (incluindo os novos misseis ar-terra AGM-12 Bullpup) e também nucleares, usando para o efeito novos sistemas de suspensão. 

Para o combate aéreo para além dos mais recentes AIM-7 Sparrow, era necessário incluir a possibilidade de uso dos AIM-4 Falcon, recentemente desenvolvidos para a USAF. 

Da adaptação às especificações resultou a versão F-4C da USAF da qual seriam produzidas 583 aeronaves. 

Exteriormente os F-4C diferiam muito pouco das aeronaves da US Navy, mantendo inclusive o gancho de aterragem e o sistema de dobra das asas. Porém internamente as diferenças eram significativas. 

Dispunha de novos motores J79-GE-15, com alterações nos adutores de ar, e um novo conjunto de aviónicos que incluíam um novo radar com modo de mapeamento de terreno Westinghouse AN/APQ-100, e um novo sistema de navegação por inércia Litton AN/ASN-48. 

F-4D Phantom II
O armamento base para combate aéreo consistia em quatro mísseis de médio alcance guiados por radar semi-ativo AIM-7 Sparrow transportados nas ranhuras por baixo da fuselagem, e quatro misseis de curto alcance AIM-4 Falcon ou AIM-9 Sidewinder transportados nos suportes externos das asas. Para missões de ataque podia transportar para além de bombas, misseis AGM-12 Bullpup, AGM-65 Maverick ou AGM-45 Shrike, tendo como limite de carga bélica os 7260 Kg. 

A partir de março de 1966 iniciaram-se as entregas das aeronaves F-4D, que gradualmente substituiriam os F-4C, e cuja produção atingiria as 825 unidades. O F-4D era uma versão melhorada do F-4C, mantendo os mesmos motores, e uma fuselagem inalterada no essencial, mas com novos e melhorados aviónicos. Nestes, a mudança mais significativa foi a utilização do radar, menor e mais leve. AN/APQ-109A, que introduziu um modo ar-terra usando cursores móveis, e o sistema de navegação por inércia ASN-63, melhorado e mais leve, em substituição do anterior Litton ASN-48.

A nível de armamento manteve a capacidade de uso dos AIM-7 Sparrow, mas substituiu o uso dos misseis de curto alcance AIM-9 Sidewinder pelos Hughes AIM-4D Falcon e foi equipado com um sistema controlo de tiro AN/ASQ-91 que ligado ao sistema de ajuda ao bombardeamento de baixa altitude AN/AJB-5, permitia o uso de bombas de precisão guiadas por laser. 

Durante o desenvolvimento do F-4 Phantom II foram feitas várias propostas para armar a aeronave com um canhão interno. Porém a filosofia vigente nas forças armadas americanas é que essa arma estava grandemente obsoleta para o combate aéreo e por isso nunca foi implementada no F-4. 

O uso em larga escala do F-4 no Vietname contra os MIG soviéticos viria a demonstrar os sérios inconvenientes, no combate aéreo, de um caça armado exclusivamente com misseis (em grande medida porque a tecnologia de misseis era na altura ainda pouco desenvolvida, e muito vulnerável a contramedidas). 

Consequentemente por volta de 1964 os estudos da McDonnell para instalar no Phantom um canhão interno Vulcan M61 chamou finalmente a atenção da USAF, e em junho de 1965 a versão F-4E armada com um canhão foi finalmente aceite e financiada, estando destinada a ser a mais numerosa de todas, com uma produção de 1387 unidades. 

A principal dificuldade em equipar o F-4 com um canhão interno estava em encontrar um lugar para o colocar. A solução encontrada foi a utilização do nariz longo mais acentuado, da versão de reconhecimento derivada do F-4C. O novo nariz foi equipado com um radar AN/APG-30 e por baixo foi montado um pod externo capaz de albergar um único canhão de seis canos giratórios General Electric M61A1, com um sistema de alimentação construído para o efeito e adaptado ao pequeno espaço disponível. A proximidade do canhão ao sistema de radar obrigou também insonorização da arma e à instalação de amortecedores de vibração para evitar interferências. 

Radar AN APQ-120
O radar escolhido para esta variante foi o Westinghouse AN/APQ-120, que dispunha de computador de interceção integrado (iluminador de alvos em onda contínua, para orientação do míssil AIM-7 Sparrow), e tinha uma antena de menores dimensões. 

O peso da arma e do seu tambor de munições foi contrabalançado pela montagem de um tanque adicional de combustível de 360 litros na fuselagem traseira, elevando a capacidade total de combustível interno para 7545 litros. 

O F-4E manteve os quatro mísseis AIM-7 Sparrow das variantes anteriores, mas passou a utilizar um par de motores J79-GE-17 com pós-combustão, sendo também eliminados os mecanismos de asa dobrável das versões anteriores, com o objetivo de reduzir peso. 

Durante a produção em série, versão F-4E foi sendo continuamente modernizada. A partir do Block 31 as aeronaves passaram a dispor de um sistema de alerta para ângulos de ataque crítico. Do Block 40 em diante,  em troca do gerador de emergência, passou a ser instalado uma unidade auxiliar de potência. Com o Block 42 passou a ser instalado um sistema de alerta de radar e contramedidas (Homing and Warning ECM Receiver) AN/APR-36/37. 

F-4E
O sistema de orientação de armas e aquisição de alvos electro-óptico Westinghouse AN/ASQ-153, AN / AVQ-23 Pave de Spike (pod que continha uma mira laser associada a uma câmara de televisão que exibia imagens no ecrã do cockpit.), usado para direcionar bombas guiadas por laser, passou a ser incluído no F-4E a partir do Block 45 e a partir do Block 48 passou a ser associado a um sistema de receção por infravermelhos AN/AVQ-26 Pave Tack, possibilitando o uso do sistema de orientação laser a qualquer hora do dia. 

Com o Block 53, o F-4E passou a dispor de um interface digital com um monitor multifunção e foi implementada a capacidade de uso do míssil ar-terra AGM-65 Maverick, introduzindo simultaneamente motores J79-GE-17C ou 17E, que reduziam ou eliminavam o rasto de fumo negro deixado pelos motores das versões anteriores que facilitava a identificação da aeronave pelas defesas inimigas em terra. 

Produção de F-4E prolongou-se por 12 anos até final de 1979, durante os quais foram construídas 1387 aeronaves, 993 para a USAF, e 394 para exportação (Alemanha, Grécia, Turquia, Israel, Coreia do Sul, Japão, e Irão (caso Irão-Contras)). 

F-4F da Luftwaffe
Para a Luftwaffe seriam produzidas 175 aeronaves numa versão própria o F-4F cujo primeiro voo ocorreria em maio de 1973. Basicamente uma versão monolugar do F-4E, simplificado, mais leve, mais barato e incorporando componentes de fabrico Alemão sob licença, pelas MBB, VFW-Fokker e Motoren-und-Turbinenen-Union. O depósito de combustível sete foi retirado, bem como o equipamento destinado a operar o AIM-7 Sparrow, e o radar AN/APQ-120 foi simplificado. Não tinha capacidade para transportar e lançar armas nucleares e também não estava habilitado a transportar e lançar alguns tipos de armas ar-solo, como o AGM-65 Maverick, AGM-45 Shrike e AGM-62 Walleye

Entre 1980 e 1983 sofreram uma pequena atualização, ficando capacitados para transportar e lançar os mísseis ar-ar AIM-7 Sparrow, o AGM-65 Maverick ar-solo e também o novo modelo AIM-9L Sidewinder. Foi introduzido um novo computador digital e contramedidas electrónicas (ECM) avançadas, e a capacidade de reabastecimento em voo foi reposta. 

F-4G Wild Weasel
Em 1975, voo o primeiro dos 134 (116) F-4G Wild Weasel V (também chamada Advanced Wild Weasel), convertidos a partir de F-4E para uma configuração destinada a localizar e destruir as estruturas de defesa aérea inimigas, sistemas de radar e baterias de misseis superfície-ar (SAM). 

O canhão interno foi removido, e o no espaço libertado foi instalado um recetor de radar e aviso antecipado, AN/APR-38, que dispunha de 52 antenas que cobriam literalmente toda a fuselagem do avião, e podia localizar, identificar e alvejar com mísseis AGM-45 Shrike ou posteriormente o AGM-88 HARM, qualquer radar inimigo ativo. 

O radar principal, Westinghouse AN/APQ-120, foi mantido, mas recebeu um novo processador de dados digital. Manteve a capacidade de operar o míssil AIM-9 Sidewinder para autodefesa.

No final dos anos 80 passou por um programa de melhoramentos que o capacitou para continuar a operar. 

F-4J do VF-96
O F-4J, que voou pela primeira vez em Junho de 1965, foi a segunda versão do F-4 produzida para a US Navy e US Marine Corps, representando uma importante melhoria em relação ao anterior F-4B. 

Foram produzidas 522 unidades entre 1966 e 1972, que se distinguiam visualmente do F-4B pela falta da proeminência que alojava o sensor de infravermelhos na parte inferior do nariz, e pelo maior diâmetro nos escapes dos motores. 

Foi equipado com os novos motores J79-GE-10 e adotou o trem de aterragem usado pelas versões da USAF, o que obrigou a alargar a secção das asas onde era alojado. 

Foi também equipado com um novo sistema de controlo de mísseis o AWG-10, um novo radar Doppler APG-59, melhorados sistemas de controlo de armas de ataque ao solo, de comunicações, de navegação e, finalmente, o identificador IFF.

Em 1975 foi iniciado um programa para elevar 302 dos F-4J para a configuração padrão F-4S, que pretendia prolongar a sua vida operacional até a sua substituição pelos novos McDonnell Douglas F/A-18 Hornet e Grumman F-14 Tomcat. Os primeiros F-4S voaram a 22 de julho de 1977.

O sistema de controle de armas foi substituído por um AN/AWG-10B, digital, o equipamento de rádio foi atualizado para o AN/ARC-159, e alguns foram equipados com o sistema de navegação por rádio AN/ARN-118 TACAN. A fim de resolver problema do fumo do motores, os F-4S foram equipados com motores J79-GE-10B com câmaras de combustão de baixa emissão de fumo.

F-4K do 43º Sqn da RAF, 1977
Entregues a partir de 1968, as 50 aeronaves F-4K, correspondiam originalmente à versão derivada do F-4J, construída para a Fleet Air Arm da Royal Navy, com um grande numero de componentes fabricados no Reino Unido. Possuíam, por exemplo, motores Rolls-Royce Spey 202, devido aos quais a fuselagem teve que ser alargada, mas cuja potencia acrescida permitia a descolagem a partir das curtas pistas dos pequenos porta-aviões britânicos. A Royal Navy apenas operaria 20 F-4K até 1978, altura em que estes se juntaram aos restantes 30 ao serviço da RAF, onde permaneceram até 1991. 

Para as forças de defesa do Japão foi desenvolvido o F-4EJ, baseado no F-4E, para atender as suas necessidades específicas. Não possuía equipamento ou qualquer capacidade de usar armas ofensivas ar-solo, mas foi otimizado para a defesa aérea, incluindo, mais tarde, a capacidade de reabastecimento em voo. Das 140 unidades, 127 foram construídas no Japão sob licença pela Mitsubishi Heavy Industries, sendo o último entregue em maio de 1981, sendo também o ultimo F-4 Phantom II a ser produzido a nível mundial.

F-4EJ Kai Phantom II
Mais tarde em 1984, 96,  F-4EJ foram modificadas para a versão F-4EJ Kai, com melhores aviónicos que incluíam o radar de pulso doppler Westinghouse AN/APG-66J, um novo computador de bordo Hazeltine AN/APZ-79, um novo sistema de navegação por inércia Litton LN-39 e o sistema avançado de contramedidas Westinghouse AN/ALQ-131. 

A capacidade de ataque ao solo foi reposta e foi adicionada a capacidade para uso do míssil anti-navio ASM-1 fabricado pela Mitsubishi. 

Foram igualmente desenvolvidas versões de reconhecimento do F-4 Phantom II, o RF-4B com 46 unidades produzidas para o US Marine Corps, o RF-4C com 503 unidades construídas para a USAF e o RF-4E com 146 unidades construídas para exportação. Estas versões construídas a partir das versões B, C e E, partilhavam as fuselagens e os motores das versões de combate mas eram despojadas de todos os equipamentos e sistemas bélicos para assim se obter espaço para a instalação dos sistemas de reconhecimento fotográfico. No nariz mais alongado e aguçado o radar de controlo de fogo foi substituído por um trio de três câmaras KS-87, um radar de mapeamento Texas Instruments AN/APQ-99 (mais tarde substituído por um AN/APQ-172), um radar lateral AN/APQ-102 e um sistema de sensores por infravermelhos AN/AAS-18. 
Estas aeronaves eram inicialmente desarmadas mas mais tarde foram equipadas com misseis AIM-9 Sidewinder para auto-defesa. Os RF-4E de exportação, utilizados principalmente pela Luftwaffe Alemã, podiam combinar a capacidade de reconhecimento com alguma capacidade bélica (até 6 bombas com um peso total de 2265 Kg). 

RF-4B do VMFP-3, El Toro AB, 1982
Ainda a produção das versões iniciais do F-4 mal tinha começado quando entre 1959 e 1962, decidiu-se levar a cabo uma série de missões integradas no projeto Top Flight destinado a bater os recordes mundiais de velocidade de voo, razão de subida e altitude, tendo no decorrer desse programa sido utilizadas as aeronaves YF4H-1 não modificadas, com as quais foram batidos recordes sucessivos. 

Em 30 de dezembro de 1960, o VF-121 Pacemaker baseado em NAS Miramar tornou-se o primeiro esquadrão operacional de F-4 Phantom II (F-4H-1 alias F-4B) e em setembro de 1962 o VF-114 Aardvarks a bordo do USS Kitty Hawk seria o primeiro esquadrão da frota do pacifico a operar F-4B. 

Por altura do Incidente do Golfo de Tonkin em agosto de 1964, 13 dos 31 esquadrões operacionais da US Navy estavam equipados com F-4B cabendo aos do USS Constellation a sua primeira missão de combate na Guerra do Vietname em 5 de agosto de 1964, voando como escolta na Operação Pierce Arrow

O F-4 foi extensivamente usado no conflito do Sudoeste Asiático, em todas as suas variantes e em todos os tipos de missões, mostrando toda a sua versatilidade. O rápido incremento do envolvimento inicial dos F-4B da US Navy e F-4C da USAF provocou a necessidade de desenvolver as versões de reconhecimento, RF-4B e RF-4C, uma versão mais adaptada ao bombardeamento, o F-4D, a versões específicas para a guerra o electrónica (Wild Weasel) e a versões que incorporassem os avanços tecnológicos decorrentes e associados aos ensinamentos do conflito, o F-4J e F-4E.

F-4J do VF-96 sobre o USS Constellation, 1973
Devido à frequente inépcia dos identificadores IFF, para evitar abater aeronaves amigas, (o que aconteceu com frequência nos primeiros três anos de conflito), as tripulações do F-4 necessitavam de confirmação visual do alvo, perdendo assim a importante vantagem da utilização do AIM-7 Sparrow de médio alcance, já que eram menos ágeis que o oponente e não dispunham de armamento adequado para o combate de proximidade, até à entrada em serviço do F-4E munido de canhão interno. 

Apesar das sua limitações no combate aéreo a curta distância e do facto da sua utilização primordial ser o ataque ao solo o F-4 obteve mais de 277 vitorias em combate contra os MIG do Vietname do Norte durante o conflito findo o qual começaram a ser substituídos gradualmente pelos F-15 e F-16 no inventário da USAF, e acrescentados à Reserva da USAF e Guarda Nacional

Os F-4 da IDF/AF foram igualmente utilizados em combate durante os inúmeros conflitos entre Israel e os seus vizinhos árabes nomeadamente durante a, mais tarde conhecida como, guerra de atrito com o Egipto, e a Guerra do Yom Kipur em 1973, onde sofreu elevadas perdas no início do conflito, devido à inexistência de contramedidas electrónicas, capazes de contrariar o novo míssil SAM-3 usado pelos oponentes (Síria e Egito). Durante estes conflitos o F-4 foi, mais uma vez, utilizado, principalmente, como de caça-bombardeiro, o que o não impediu de ter conseguido mais de 100 vitórias em combate aéreo. 

Em Agosto de 1990 o F-4 Phantom, já tinha sido retirado de serviço no entanto a USAF ainda usava o especializado F-4G Wild Weasel para operações de supressão de estruturas terrestres de defesa aérea, baterias de mísseis SAM e seus radares de orientação. Foram empregues 46 unidades na operação de libertação do Kuwait onde desempenharam um papel crucial na destruição da quase totalidade das 250 posições de mísseis SAM com a perda de apenas um F-4G devido a acidente operacional. 

Devidos ás características do terreno e frequentes tempestades de areia que inviabilizavam o reconhecimento de alta altitude e por satélite, foram empregues também 18 RF-4C oriundos da ANG do Alabama e da ANG do Nevada em missão de reconhecimento tático. 



EM PORTUGAL
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DESENHOS
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PERFIL
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FONTES

VER TAMBÉM
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