Dassault Super Etendard

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Desenvolvido durante a década de 1970 como sucessor do Dassault-Breguet Étendard IV M o Dassault-Breguet Super Étendard é um caça de ataque naval de origem francesa criado inicialmente como uma modernização do seu antecessor. Porém o resultado final seria uma aeronave 90% nova, e tecnologicamente avançada.
No total seriam produzidas 85 Super Étendard, 71 para a Aviação Naval Francesa e 14 para a Marinha Argentina.
Entre Agosto e Novembro de 1981, cinco Super Etendards e cinco misseis Exocets foram enviados para a Argentina, antecedendo o inicio da Guerra das Malvinas, durante a qual foram responsáveis pela destruição dos navios britânicos HMS ''Sheffield'' e do Atlantic Conveyor. Mais tarde os Super Etendard voltariam a entar em combate na guerra dos Balcãs na década de 1990 e na invasão do Afeganistão em 2002, operado pela Aéronavale (Aviação Naval Francesa).
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Ano
1978
Pais de Origem
França 
Função
Caça de ataque naval
Variante

Tripulação
1
Motor
1 x turbojato SNECMA Atar 8K-50
Peso (Kg)
Vazio
6490
Máximo
12400

Dimensões (m)
Comprimento
14,31
Envergadura
9,60
Altura
3,86

Performance (Km)
Velocidade Máxima
1280
Teto Máximo
13715
Raio de ação
3400
Armamento
2 x canhões DEFA 552 de 30 mm com 150 tiros por arma
Carga de combate de 1.360 kg em cinco suportes externos:
2 misseis ar-ar R550 Matra Magic II ou
2 misseis AIM-9 Sidewinder
1 míssil nuclear tático  ASMP, ou
1 misseis ar-terra AS.30 ou
1 Missil anti navio air-surface AM-39 Exocet
4 bombas guiadas por laser/ GPS GBU-49 E-Paveway II de 227 Kg, ou
2 bombas guiadas por laser  GBU-24 Paveway III de 1066 kg
4 bombas de queda livre de 250 kg ou
2 bombas de queda livre de 454Kg 
Países operadores
França, Argentina
Fontes
Fonte:Enzo Angelucci; ”The world enciclopédia of military Aircraft”
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GALERIA
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HISTÓRIA
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No final dos anos 60 o Etendard IVM começava a ser a ficar com problemas de obsolescência, e por isso o comando da Aéronavale (aviação naval francesa) começou a pensar num substituto. Haviam dois bons candidatos, o proeminente caça de ataque americano Vought A-7 Corsair, primo do Vought F-8 Crusader, e a versão naval do anglo-francês SEPECAT Jaguar, o "Jaguar M", que tinha a grande vantagem de ser um projeto com participação francesa.

No entanto, apesar do Vought e do SEPECAT serem excelentes aeronaves, e algumas fontes afirmarem que o comando francês estava inclinado para o A-7, parece que a Dassault teve excelentes vendedores que conseguiram vender a ideia de apenas atualizar o Etendard IVM. A versão melhorada seria 90% compatível, tornando-se numa solução barata, para além de ser um produto totalmente francês. O "Super Etendard", como seria conhecido, ganhou a competição em janeiro de 1973.
1º Protótipo

Três Etendard IVM foram utilizados como aeronaves de desenvolvimento do programa, com o primeiro protótipo a realizar o primeiro voo inicial em 3 de outubro de 1975. A primeira máquina de produção realizou o primeiro voo em 24 de novembro de 1977, com as primeiras entregas, do que viria a atingir um total de 71 Super Étendard, a ocorrerem no ano seguinte.

Uma das principais mudanças no Super Etendard, foi ter recebido o novo motor turbojato Snecma Atar 8K-50 com proteção contra a corrosão, derivado do turbo-jacto 9K-50 utilizado no Dassault Mirage F1 mas sem pós combustão. O motor teria um impulso máximo de 49,0 kN e um menor consumo de combustível (embora neste ponto a melhoria fosse pouca ou nenhuma). A capacidade interna de combustível foi aumentada para 3.270 litros e as entradas de ar no motor foram alargadas para fornecer fluxo de ar adequado ao motor.

Outra mudança importante foi a atualização dos aviônicos que incluíam um radar Thomson-CSF Agave I no nariz, um radar multimodo, com capacidades de navegação e de combate aéreo, mas otimizado para uso naval. Um sistema de navegação-ataque SAGEM-Kearfott ETNA, que integra uma INS, um head-up display (HUD) Thomson-CSF, um monitor de navegação, um sistema de controle de armamento, um rádio altímetro, e um sistema de navegação TACAN.

Um dos principais avanços técnicos do Super Etendard foi o seu computador central de bordo UAT-40, permitia a gestão integrada da maioria dos sistemas críticos de missão, integrando dados e funções de navegação, informação e visão de radar, e mira e controlo das armas.

2º Protótipo
A terceira mudança importante foi a colocação de uma nova asa para compensar o aumento do peso de decolagem.

Para além destas mudanças, o Super Etendard era muito parecido com o Etendard IVM, com quatro suportes sob as asas e um suporte da linha central da fuselagem, dois canhões gémeos DEFA de 30mm, uma sonda de reabastecimento em voo retráctil em cima do nariz, etc...

Na verdade, se não fosse a diferença do nariz onde estava instalado o radar Thomson-CSF Agave I, seria difícil distinguir o Etendard IVM e o Super Etendard à distância.

Apesar das semelhanças a ideia vendida inicialmente de que o Super Etendard ia ser 90% compatível com o Etendard IVM foi substituída pela realidade de que os dois eram diferentes em 90%, em resultado do que os supostos benefícios de custo não se concretizaram. Pelo mesmo valor a Aéronavale poderia ter obtido mais aeronaves com maior capacidade bélica e maior raio de ação. Assim a Marinha adquiriu apenas 71 aeronaves em vez das 100 inicialmente pretendidas

Dito isto, o Super Etendard foi efetivamente state-of-the-art em termos de sofisticação técnica, em particular como uma plataforma para transporte e lançamento do míssil anti navio de combustível sólido Exocet Aerospatiale AM39, para cujo lançamento era essencial o radar Thomson-CSF Agave.

Super Etandard da Aeronavale Francesa
A partir do final de 1980, uma série de melhorias foram sendo implementadas no Super Etendard, resultando no Super Etendard SEM (Super Etendard Modernise). As várias configurações sucessivamente implementadas (cinco no total) consistiam em novos sensores, sistemas de contramedidas mais modernos, um novo radar de controlo de fogo Anemon com o dobro do alcance do anterior Agave e com maior resistência as contramedidas de guerra eletrônica, sistemas para capacitar a aeronave para ataques noturnos, um novo computador de voo PCN90 e o associado UNI40 INS com um Sistema de Posicionamento Global (GPS) e um novo HUD capaz de exibir informações dos sistemas de IR e de TV, junto com os dados de voo e navegação habituais ou dados sobre sistemas de armas.

Foi também adaptado ao uso mais eficiente de armas como os misseis anti navio Exocet, misseis ar-terra AS-30L, bombas LGB (laser-guided bomb), e o AAM Matra Mágic II. Deixou de ser armado com o pod de foguetes não guiados SNEB de 68mm, uma vez que o seu uso punha a aeronave numa posição vulnerável às defesas terrestres. A maioria da frota de Super Etendard foi também atualizado para suportar missões de ataque nuclear nomeadamente para o transporte e lançamento da bomba nuclear tática de queda livre AN52, ou o míssil de cruzeiro francês de médio alcance com ogiva nuclear ASMP (Air-Sol Moyenne Portée).

Deve-se notar que quando operando a partir de um porta-aviões, armas como os misseis Exocet e AS-30L eram demasiado pesadas para a aterragem pelo que tinham de ser descartadas se não fossem utilizadas durante a missão.

Carga externa máxima com combustível interno completo era de 2,100 kg

O Etendard IVM nunca esteve envolvido em combates. Pelo contrário o Super Etendard entrou rapidamente em combate a 22 de setembro de 1983, operando como apoio às forças de manutenção da paz francesas no Líbano realizando ataques aéreos contra posições da milícia drusa libanesa.

Super Etandard Argentino
Argentina foi o único país estrangeiro a comprar o Super Etendard, encomendando 14 aeronaves em 1981. Cinco das aeronaves foram entregues, juntamente com cinco mísseis Exocet, antes da eclosão da Guerra das Malvinas. Em 4 de maio de 1982, dois Super Etendard Argentinos lançaram os seus mísseis Exocet, um deles atingiu e danificou gravemente o destroyer britânico HMS Sheffield. Os argentinos pensaram que o segundo míssil teria acertado num outro navio maior, como o porta-aviões HMS Hermes, mas isto foi negado pelos ingleses.

Mais tarde a 25 de maio de 1982, dois Super Étendard da Armada Argentina dispararam os seus dois mísseis Exocet contra o navio porta-contentores Atlantic Conveyor ao serviço da Royal Navy provocando um grave incêndios e o seu afundamento três dias depois. O Atlantic Conveyor transportava no momento do ataque, abastecimentos para a infantaria, seis helicópteros Westland Wessex, quatro helicópteros CH-47 Chinook , um helicóptero Sea Lynx HAS.2, e equipamento pesado para a construção de uma base aérea. Nenhuma da carga foi recuperada.

O último Exocet argentino foi usado sem resultado, em 30 de Maio de 1982.

Os restantes Super Etendard encomendados pela Argentina foram entregues após o fim da guerra, mantendo-se ainda ao serviço da Armada Argentina.

Um Super Etandard argentino dispara um Exocet
O Iraque também operou Super Etendard durante a Guerra Irão-Iraque na década de 1980, apesar de nunca os terem adquirido. Saddam Hussein tinha comprado mísseis Exocet a França, mas não tinha uma plataforma de lançamento adequado para o utilizar, e por isso os franceses emprestaram-lhe secretamente cinco Super Étendard da Aéronavale em 1983, até os iraquianos terem obtido o Exocet configurados para os Dassault Mirage F1s da força aérea iraquiana, o que só viria a acontecer em 1985. Os Super Etendard ao serviço do Iraque entrariam em combate em 1984 realizando dezenas de ataques a navios no Golfo Pérsico durante a sua participação no conflito, tendo sido perdida uma aeronave.

Os Super Etendard SEM da Aéronavale entraram em combate durante a guerra dos Balcãs na década de 1990 e na invasão do Afeganistão em 2002.

Os Super Etendard SEM estão agora a ser substituídos na Aéronavale pelo moderno caça aeronaval polivalente Dassault Rafale M, e prevê-se que seja abatido ao ativo até 2015 .

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