Bristol (Tipo 152) Beaufort

.
.
.

O Bristol Beaufort foi um bombardeiro-torpedeiro britânico projetado e desenvolvido pela Bristol Aeroplane Company a partir da experiência adquirida com o projeto e construção anterior do bombardeiro ligeiro Blenheim,  em resposta a duas especificações do Ministério do Ar emitidos em 1935. A M.15/35 para um bombardeiro-torpedeiro e a G.24/35 para um bombardeiro apto a realizar operações de patrulha e reconhecimento. Os Beaufort entraram inicialmente ao serviço do Comando Costeiro da RAF e, em seguida, da Royal Navy no ano de 1940. Foram usados ​​como torpedeiros, bombardeiros convencionais e lança minas até 1942, altura em que foram retirados de serviço operacional passando a ser usados para instrução até ser abatido ao serviço em 1945. 
O Beaufort (produzido localmente pelo DAP) foi mais amplamente utilizado pela Real Força Aérea Australiana (RAAF) no teatro do Pacífico, onde  foram usados ​​até o fim da guerra.
.
.
.
.
Ano
1938
Pais de Origem
Reino Unido
Função
Bombardeiro-torpedeiro
Variante
Mk I
Tripulação
4
Motor
2 x Bristol Taurus II, III, VI, XII ou XVI
Peso (Kg)
Vazio
5945
Máximo
9629

Dimensões (m)
Comprimento
13,46
Envergadura
17,63
Altura
4,34

Performance (Km)
Velocidade Máxima
420
Teto Máximo
5030
Raio de ação
2600
Armamento
4 x metralhadoras Vickers GO de 7,7 mm (duas no nariz e duas na torre dorsal), algumas aeronaves dispunham de 3 metralhadora do mesmo calibre adicionais (1 num blister dentro da fuselagem e 2 numa nacele por baixo do nariz); 
até 454 kg de bombas ou minas, ou
1 torpedo Mk XII de 728 kg, ou
1 mina de 681 kg
Países operadores
Reino Unido,  Austrália
Fontes
.
GALERIA
.
Beaufort Mk I
.
Beaufort Mk I, RAF, 42º Esquadrão
.
Beaufort Mk II
.
Beaufort Mk VI, RAAF, 1943
.
Beaufort Mk VII, RAAF
.
Beaufort T Mk II
.
HISTÓRIA
.
O Beaufort foi desenvolvido pela Bristol (designado internamente como Tipo 152) para atender às especificações do Ministério da Ar M.I5/35, para um torpedeiro bimotor baseado em terra e G.24/35 para um bombardeiro apto a realizar operações de patrulha e reconhecimento. 

Beaufort 1º prototipo, RAF Northolt ,1939
Competindo diretamente com o Blackburn Botha, a Bristol, num passo sem precedentes do Ministério do Ar, recebeu em 1936 uma encomenda para 320 aeronaves oficialmente designadas por Beaufot, com o projeto ainda no papel (esta acção relacionava-se com compromissos anteriormente assumidos com o Bristl Blenheim).

O primeiro protótipo ficou concluido em Filton, em meados de 1938.

A aeronave era semelhante em muitos aspetos ao Blenheim, tinha no entanto maior envergadura e a fuselagem era também mais cumprida, com um nariz mais longo para acomodar um quarto tripulante. A baía de bombas era maior que a do Blenheim, projetada para abrigar um torpedo ou transportar uma maior carga de bombas. A estrutura básica, embora semelhante ao Blenheim, introduziu aperfeiçoamentos, principalmente ao nível da estrutura tendo resultado numa estrutura geral mais leve. Os motores Bristol Mercury foram considerados insuficientes e por isso foram substituído pelo mais poderoso, Bristol Perseus, que, no entanto se mostrou insuficiente sendo substituído pelo Bristol Taurus.
Beaufort Mk I, RAF, 51º Operational Training Unit

De imediato nos primeiros testes ainda em terra os motores Taurus revelaram problemas de sobreaquecimento. A Bristol improvisou algumas soluções para o problema nomeadamente, alterações na caranagem dos motores que atrazaram o primeiro voo, que só aconteceria em 15 de outubro de 1938. Por outro lado as portas do trem de aterragem semelhantes as do Blenheim provocavam instabilidade nas aterragem e por isso foram modificadas deixando parte dos pneus expostos após a retracção do trem. Os problemas com o motor Taurus do Beaufort Mk I nunca chegariam a ser solucionados levando a que a aeronave fosse construida  com sucessivas versões do motor, nenhuma delas satisfatória. Cnsequentemente o Beaufort Mk II seria equipado com o motor radial Pratt & Whitney R-1830 Twin-Wasp cujas dimensões eram semelhantes ao Taurus mas eram mais leves, e permitindo melhorar o desempenho da aeronave, ainda que marginalmente.

Beaufort Mk II
O armamento defensivo do Beaufort, 4 metralhadoras Vickers ou Browning de 7,7 mm (2 no nariz e 2 na torre dorsal), foi considerado inadequado desde início e as aterações feitas nunca foram consideradas satisfatórias.

Foram produzidos um total de 1.013 Beaufort Mk I com motor Taurus, e 167 Beaufort Mk II com motor Pratt & Whitney.

O ultimo Beaufort de fabrico britânico que saiu da fábrica Bristol Banwell em 25 de novembro de 1944, era já destinado exclusivamente  a instrução um T.Mk.II, uma vez que a aeronave por esta altura já fora substituida na generalidades dos teatros de operações.

Embora tivesse sido usado na Europa como torpedeiro nomeadamente no ataque aos navios de guerra Scharnhorst e Gneisenau, ancorados no porto de Brest, o Beaufort foi mais frequentemente usado no teatro europeu como bombardeiro e com muito pouco sucesso o que conduziria a sua rapida substituição e transferencia das unidades existentes para teatros de menor relevância e exigência, nomeadamente o Mediterrâneo. A operação final dos Beaufort  antes de serem transferidos foi um ataque contra o cruzador pesado Prinz Eugen, que foi um total fracasso.

Beaufort Mk I, RAF, 217ºEsquadrão
Os Beaufort no Mediterrâneo, tinham esquadrões baseados no Egito e em Malta onde operavam sobre as linhas de fornecimento alemãs contribuindo  o corte dos fornecimentos alemães ao Afrikakorps de Rommel no norte da África, que em ultima análise conduziram a derrota alemã naquele teatro de guerra.

Quando o projeto do Beaufort começara a amadurecer, o Governo australiano ciente das necessidades de defesa da Austrália e Singapura escolheu o Beaufort para avião de reconhecimento geral, tendo solicitado em julho de 1939, 180 aeronaves que seriam produzidas localmente sob licença, tendo apenas sido importadas 6 células do Reino Unido. A variantes australianas do Beaufort Seriam construidas na fabrica da DAP (Department of Aircraft Production) em Melbourne, e mais tarde numa 2ª fabrica em New South Wales, ficariam conhecidas por DAP Beaufort.

Beaufort Mk VI, RAAF
Na impossibilidade de importar os motores Taurus os DAP Beaufort seriam equipados com motores Pratt & Whitney Twin Wasp, produzidos localmente em New South Wales pela General Motors-Holden Ltd, ou importados dos EUA.

O primeiro Beaufort australiano voou em 05 de maio de 1941, saindo da linha de produção a partir de agosto. No total, seriam fabricados na Australia cerca de 700 Beauforts em seis séries, até agosto de 1944, quando a produção mudou para o Beaufighter. 

Durante a Guerra do Pacífico, o Beaufort desempenhou um papel vital para a RAAF. Com os Estados Unidos incapaz de fornecer muitos aviões á Austrália, o DAP Beaufort tornou-se um dos pilares da RAAF durante 1941 a 1944. Equipou 19 esquadrões da RAAF e desempenhou um papel importante na zona oeste do Pacífico Sul, como patrulha marítima, aeronave de ataque e bombardeiro-torpedeiro.

Num balanço final o Beaufort voou mais horas em missões de instrução e treino do que em missões operacionais de combate e foram perdidos mais aeronaves devido a acidentes e falhas mecânicas do que devido ao fogo inimigo, no entanto, o Beaufort deixaria como herança o caça pesado de longo alcance com muito maior sucesso que ele próprio, o Bristol Beaufighter.

#Revisto em 26-07-2016#
DESENHOS
.


PERFIL
.


FONTES
VER TAMBÉM
.
No Youtube:

Bristol Beaufort na Australia - 1941 
WW2 Documentary - WDTVLIVE42